quinta-feira, 22 de outubro de 2009

"Mestre, que eu veja"

Comum 0930: "Mestre, que eu veja"

Nos momentos de trevas em nossa vida, a Palavra de Deus é sempre uma Luz, que ilumina a nossa caminhada na fé.

Na 1ª Leitura, Jeremias anuncia um sinal de luz

para o povo sofrido, que vivia nas trevas do exílio:

"Coxos e cegos, mulheres grávidas e que deram à luz" retornam à pátria,

guiados por Deus, que cuida deles com cuidados de pai. (Jr 31,7-9)

- É um apelo à esperança e confiança em Deus.

A 2ª Leitura destaca que Jesus é o Sumo Sacerdote,

mediador entre Deus e a Humanidade. (Hb 5,1-6)

No Evangelho, Jesus dá a um cego a luz da visão e da fé. (Mc 10,46-52)

O núcleo central do evangelho de Marcos, que refletimos nesse ano,

é uma caminhada de Jesus para Jerusalém, onde será morto e ressuscitará.

No texto de hoje, temos o último Milagre e última Catequese de Jesus, encerrando sua caminhada para Jerusalém.

Os APÓSTOLOS estavam "cegos" e necessitavam de "Luz"

para ver e entender o caminho da Paixão, Morte e Ressurreição de Jesus.

- Perto de Jericó, um cego, sentado "à beira da estrada", não desistia de gritar:

"Filho de Davi, tem piedade de mim". ("Filho de Davi": título messiânico)

- CRISTO parou e chamou-o.

- O cego jogou longe o manto e as moedas, e "saltou" ao encontro de Jesus.

- Cristo tomou a iniciativa: "O que você está querendo?"

- "Mestre, que eu veja", respondeu o cego.

- E Jesus afirmou: "Vai, a tua fé te salvou".

- E o cego, duplamente "iluminado" por Cristo,

torna-se um seguidor de Jesus no caminho a Jerusalém.

Esse episódio, mais do que uma crônica,

é uma CATEQUESE BATISMAL:

- Jesus se manifesta, passa pelo caminho do cego...

- O cego não vê, mas percebe a presença do Senhor e acolhe o convite...

- Trava-se o diálogo...

- O cego recebe a visão da fé e se engaja no seguimento de Cristo pela estrada.

+ Quem era o cego Bartimeu?

Um cego, à beira do caminho, marginalizado como tantos ainda hoje...

O encontro aconteceu "ao longo do CAMINHO". ("Caminho": cristianismo)

O cego não estava no caminho, estava à margem da religião e da vida.

No final, também Bartimeu seguiu Jesus "no caminho".

* A Cura de Bartimeu é mais do que a história de um cego...

É o caminho da FÉ, dos que querem VER e SEGUIR Jesus.

+ O que faz o cego?

- Está atento à passagem de Cristo...

- Toma consciência de sua situação e decide sair dela.

- Supera o medo, a vergonha, começa a gritar, pede ajuda:

- Não desanima diante das contrariedades, continua procurando a Luz…

mesmo quando o povo manda que se cale…

- E quando Jesus o chama: dá um pulo, joga o manto para longe e

corre ao encontro daquele que podia restituir a vista.

- Saiu da margem do caminho e se pôs no caminho com o Mestre.

* Joga fora o Manto, em que recolhia as esmolas...

Para o pobre mendigo, o manto era a sua riqueza, a sua casa, o seu abrigo.

- Quais são os obstáculos que impedem tanta gente, que quer enxergar,

de se aproximar mais de Cristo e de sua Igreja?

Talvez as nossas discórdias internas, a falta de unidade dos cristãos,

talvez uma falta de acolhimento, também uma linguagem complicada,

talvez um chamado mais carinhoso?

* Dá um "Salto" ao encontro de Jesus:

É um gesto significativo "pular" para um cego que "não vê"...

Mas Bartimeu entendeu que Cristo podia curá-lo.

Por isso, jogou o manto, deu um "Pulo" e se aproximou de Jesus.

+ Que tipos de pessoas o cego encontra?

- Uns atrapalham: tentam abafar o seu grito... mandam que se cale...

- Outros ajudam, animam: "Coragem, ele TE CHAMA..."

- Jesus ESCUTA o grito sofrido e confiante do cego, PÁRA e LIBERTA:

Da margem, Jesus o coloca no centro do caminho.

a luz da VISÃO e a luz da .

+ E Nós o que podemos fazer?

1) Descobrir as nossas cegueiras:

Cegos são todos os que "não vêem" no seu coração as coisas importantes,

não reconhecem a presença e o amor de Deus e vivem na escuridão.

- Quais são as nossas cegueiras, que devemos apresentar a Cristo,

para que ele nos cure e nos dê a verdadeira Luz?

2) Perseverar na Oração como Bartimeu.

- Somos pacientes e perseverantes na oração?

3) Seguir Jesus no Caminho:

Na Igreja primitiva, "o Caminho" significava o cristianismo.

Os "seguidores do Caminho" eram os cristãos.

O cego curado seguiu Jesus pelo caminho, tornou-se um "Discípulo".

Para ser "Discípulo" precisa querer VER e decidir CAMINHAR.

Não basta a euforia do primeiro encontro.

Façamos nossa, a oração do cego: "Mestre, que eu veja!…"

O cego não acreditou por ter sido curado, mas foi curado por ter acreditado.

A cura surge de uma necessidade, de uma busca, de um encontro, de um diálogo, de uma confiança. O mendigo cego só pede orientação e luz. Por isso , percebemos que esta não é só uma cura física, mas profunda transformação dos olhos e do coração para uma nova caminhada.

Jesus hoje diz-nos o que é a fé, a plena confiança n' Ele, que dá a vida, que salva.

Descubro as minhas cegueiras. Apresento-as a Jesus. As que me impedem ver e desfrutar, as que me levam a confundir a realidade, as que não me deixam perceber os sinais dos tempos e o verdadeiro sentido da vida, as que me paralisam à beira do caminho, as que me cegam com falsas luzes...

Bartimeu é modelo de autêntico discípulo: testemunha e proclama a sua fé, tradu-la em oração perseverante e confiante, liberta-se de tudo o que impeça um encontro pessoal com Jesus e, com a sua luz, segue-O com decisão e alegria no seu caminho.

Ao terminar o mês missionário, fiquemos com estes desafios: oração, sacrifício, partilha e missão são quatro desafios constantes para um cristão hoje।

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